quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

[Review] Ex-Machina: Ex Cathedra

Mitchell Hundred é surpreendido por um convite formal para se reunir com nada mais nada menos que o Papa. Contudo, essa audiência no Vaticano se transforma numa boa oportunidade para que um grupo terrorista russo planeje um atentado terrorista contra o Sumo Pontífice.

Na sequência do arco de quatro edições, vemos uma história avulsa contando a trajetória pessoal entre Hundred e a Comissária Angotti, desde a infância até os dias atuais, quando vivem as turras. Na edição 35, começamos a acompanhar os primeiros movimentos de Hundred quanto a sua sucessão, quando passa a cogitar o nome de seu vice, Wylie, para o cargo.

Comentários | Os arcos de Ex Machina tem as melhores premissas da séries regulares de quadrinhos. Brian K. Vaughan se vira muito bem em instigar o leitor e manter sua atenção enquanto costura uma trama cercada de mistérios. É isso mesmo, como foi praxe da série até aqui (e a exemplo das outras séries escritas pelo autor), muitos mistérios e poucas respostas foram apresentadas até aqui. No entanto, ainda que não se responda todas as pontas deixadas até aqui, não se pode dizer que Vaughan falhou na sua proposta.

Pelo que foi visto na edição 35, pode-se afirmar que algumas dicas sobre o futuro da série já começaram a ser dadas. As visões de Hundred com fantasmas de antigos escravos indica que a razão dos seus poderes pode estar ligada a eventos naturais. A série ainda tem 15 edições pela frente e ainda muita história e tempo para trabalhar essa ideia. A conferir.

Nesse encadernado chamou mais atenção os trechos em que vemos A Grande Máquina em ação. Em poucas páginas, acompanhamos momentos decisivos na carreira de super-herói de Mitchell Hundred. Como são apenas poucas páginas apresentando esses momentos, é impossível não ficar curioso com os desdobramentos da situação mostrada, pois, invariavelmente, a ação é interrompida num quadro crítico. Nesse caso, a frustração é saborosa.

Na história principal, vemos Hundred ser convocado pelo Papa para uma audiência. Premissa mais curiosa impossível.  Apesar da conclusão não ser tão instigante quanto o seu início, o arco possui um bom desenvolvimento e momentos memoráveis (como a audiência frustada pelo quase atentado). Mais interessante que o plot central do arco, foram os diálogos, costumeiramente bastante reflexivos e, várias vezes, filosóficos. Em Ex Cathedra o tema religião tem proeminência, levantando questões tão relevante quanto inusuais nos quadrinhos, como a relação entre ciência, religião e razão.

Detalhe negativo só mesmo a edição econômica da Panini, que além de não vir com um texto de recapitulação das edições anteriores, veio sem as capas das edições (quanto a isso, uma observação do editor promete elas no próximo volume). De extra, apenas um glossário com esclarecimentos de alguns termos citados nos diálogos.

Ex Machina | Ex Cathedra
Ex Machina #30-35
**** (8,0)
Wildstorm | novembro de 2007 a maio de 2008
Panini Comics | abril de 2012
Roteiro: Brian K. Vaughan
Arte: Tony Harris

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