domingo, 10 de março de 2013

+ Nona Arte #3 | Março de 2013









Na coluna desse domingo trazemos as resenhas do segundo volume de Hellblazer - Origens; da oitava e nona edição do Monstro do Pântano, fase Os Novos 52; de Revolução, de Milo Manara; e, finalmente, da primeira edição de Rurouni Kenshin - Crônicas da Era Meiji lançado no final do ano passado pela JBC. Confiram!


Hellblazer: Origens Volume 1 - Pecados Originais
**** (8,5)
DC Comics | janeiro a junho de 2005
Panini | agosto de 2011
Roteiro: Jamie Delano
Arte: John Ridgway

A publicação de Hellblazer no Brasil sempre foi uma bagunça sem tamanho até a Panini começar a pôr ordem na casa. Depois de estabilizar o título na revista mensal Vertigo e lançar a fase Brian Azzarello em encadernados, chegou a hora dela olhar para as origens do personagem e dar início ao hercúleo trabalho de publicar toda a primeira fase do herói, escrita pelo inglês Jamie Delano. Ele permaneceu como roteirista por 40 edições, sendo sucedido por Garth Ennis. Atualmente, a Panini está prestes a lançar o volume 5, ou seja,  parece que o merecido tratamento editorial que a série mereceu está sendo feito, escorado, é claro, nas boas vendas que vem tendo. Esse primeiro volume traz histórias muito boas, as duas edições iniciais, em especial, são quase perfeitas. Constantine está com a língua mais afiada do que nunca, seu poder de observação arrebata o leitor durante a história toda, tendo sempre algo espirituoso e insinuante a dizer. Jamie Delano estava, de fato, em uma fase incrível de sua carreira, fazendo cada quadro seu valer a pena.


Monstro do Pântano #8-9
*** (6,0)
DC Comics | junho e julho de 2012
Panini | fevereiro de 2013
Roteiro: Scott Snyder
Arte: Steve Pugh e Yanick Paquette

Podridão contra o Verde. Chega o momento do primeiro embate entre essas duas forças antagônicas. Alec Holland finalemente se entregou ao Verde e voltou a ser o Monstro do Pântano. Porém, a importância do evento não fez jus a qualidade esperada para ela. Infelizmente, a equipe criativa deu sua primeira escorregada e comprometeu todo o arco. O estilo de arte de Pugh e Paquette vem dando mostras de saturamento e limitação. O estilo supostamente original de disposição dos quadros simplesmente não funciona e deixa a leitura confusa e arrastada. Nessas duas edições, pode-se dizer que a história somente funciona no momento que Abigail se livra de Sethe e dá o abraço do reencontro com o Monstro do Pântano, momento simples mas poderoso, onde finalmente a arte da página ficou bem feita e adequada para o momento. No restante, o confronto não empolga em nenhuma parte e o final foi tão natural quanto uma nota de três reais. Diferente do usual, a Panini lançou essas duas edições de uma vez na revista Dark #8.


Revolução
Rivoluzione
*** (6,5)
Publicação original: 2000
Conrad Editora | 2006
Roteiro e Arte: Milo Manara

Milo Manara já era mundialmente famoso por obras como Clic e Verão Índio, quando lançou em 2000 a obra Revolução. Sendo fiel a cartilha seguida pela maioria de suas obras, esse álbum traz a curiosa história de uma revolução promovida por populares contra os ricos e poderosos. Um dos principais alvos dos revoltosos são os controladores da mídia, só que por engano uma dançarina de palco é sequestrada para julgamento juntamente com o dono do canal. Impetuosa e ousada, ela faz de tudo e mais um pouco pra se livrar dos seus captores. A história, como se vê, é simplória e rasa. Ela não é nada mais que um pretexto para criar situações ideais para que as mulheres de Manara exponham toda a sua desenvoltura. Os desenhos do mestre italiano continuam ótimos e seu talento em retratar o corpo feminino é soberbo. Apesar da boa arte, não se destaca em meio a outras obras mais conhecida do autor, até porque se trata de uma história mais curta que o usual e menos pretensiosa.


Rurouni Kenshin: Crônicas da Era Meiji #1
**** (7,5)
JBC | novembro de 2012
Roteiro e Arte: Nobuhiro Watsuki

Nove anos depois de encerrado a publicação do antigamente cunhado de Samurai X, a obra mais famosa de Nobuhiro Watsuki volta às bancas brasileiras num tratamento editorial mais caprichado e no formato tonkobon (a versão anterior trazia meio tankobon por edição). Nesse primeiro número o leitor acompanha a apresentação dos personagens principais quase que um por um, há um ato para cada personagem se destacar e se apresentar, para que ao final a trupe liderada por Kenshin Himura esteja completa e os principais arcos se desenvolvam. A história em si é muito boa, os personagens são cativantes e o contexto histórico onde a trama está inserida é instigante, o que faz o leitor, auxiliado pelas notas do editor, a conhecer melhor a Era Meiji, época em que os Monarquistas assumiram o poder e extinguiram os samurais. Apesar do bom tratamento, alguns escorregões chamaram a atenção, como cortes nas margens, falta do número da página e pontuais imagens não reconstruídas no processo de tratamento. No geral, porém, se trata de uma edição caprichada que provavelmente fará parte de uma bonita coleção no futuro.

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