Um caso passou a intrigar Dylan Dog: qual o mistério que se esconde por trás de Johnny, sujeito surdo-mudo encontrado escondido em um parque, sem pernas e sem diversos órgãos do corpo? Apesar de aparentemente inapto para viver em sociedade, Johnny passou a demonstrar lampejos de genialidade para as artes, algo que pode ajudar a desvendar seu passado.
Comentários: em 2001 a Conrad estava em uma fase especialmente prolífica, o sucesso comercial de Dragon Ball e Cavaleiros do Zodíaco permitiu que a editora se arriscasse em outros títulos e aumentasse seu plantel de publicações. Foi essa a época mais frutífera da hoje quase finada editora, ao passo que investia em diversas frentes de publicação, como a republicação de Sandman em bons encadernados e a sua consolidação no mangás, trazendo títulos como One Piece e Dr. Slump.
Foi em meio a essa onde de lançamentos que surgiu a iniciativa de publicar Dylan Dog. A publicação se baseou em uma minissérie em seis edições lançada pela Dark Horse nos EUA como forma de introduzir os leitores americanos o personagem. Foi selecionada histórias que, segundo o criado Tiziano Sclavi, são a melhor forma de introduzir a série.
Apenas a título de uma breve contextualização, Dylan Dog é um dos quadrinhos de maior sucesso na Itália, chegando a vender cerca de um milhão de cópias por mês. Criado por Tiziano Sclavi em outubro de 1986 para a Sergio Bonelli Editore, a série logo caiu nas graças da crítica. No Brasil, a primeira publicação foi pela Record entre 1991 e 1992, rendendo onze edições antes de ser cancelada. Nove anos depois o título retornou, com essa edição da Conrad.
Johnny Freak é uma história típica de Dylan Dog, apesar de não ser a melhor delas. Nela somos introduzidos a todos os seus principais personagens. Além de Dylan, conhecido por "detetive do pesadelo", conhecemos também Groucho (sim, o Marx, famoso comediante dos primórdios do cinema). Ambos são companheiros de quarto em Londres, cenário principal da série. Juntos eles investigam fenômenos fantásticos que chegam ao seu conhecimento.
Nessa edição o fenômeno não chega a ser sobrenatural, como geralmente ocorre, o que, no entanto, não desnatura as características da série. Deve-se reconhecer que não foi muito acertada começar a mini com essa história, dado que ela fica muito aquém do esperado. Até a arte foi um tanto decepcionante, não fazendo jus ao histórico na Bonelli Comics no fundamento. Para o leitor persistente que continuou na série e leu a história seguinte, O Despertar dos Mortos-Vivos, ganhou uma recompensa e conheceu um dos personagens mais carismáticos dos quadrinhos em uma boa aventura.
A edição da Conrad ainda traz posfácios de Sidney Gusman, Cleiton Campos, Ivan Finotti e Julio Schneider.
Dylan Dog - Edição 1 - Johnny Freak
*** (6,5)
Conrad | outubro de 2001
Roteiro: Mauro Marcheselli e Tiziano Sclavi
Arte: Andrea Venturi
Capa: Mike Mignola
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