quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

[Galeria Nona Arte] J. H. Williams III






















Um dos desenhistas mais badalados em atividade, J.H. Williams III é dono de um portfólio artístico invejável e graças a ele ganhou diversos prêmios Eisner e Harvey. Sua arte possui uma personalidade e um vigor incomum de se encontrar nos comics americanos. O ritmo de trabalho frenético, os prazos apertados e a cobrança editorial parece não influir negativamente em seu trabalho, sendo Batwoman (série em que atualmente trabalha, inclusive como roteirista) um exemplo bastante ilustrativo quanto a isso.

Williams III está a frente do título desde o início dos Novos 52 como roteirista (na companhia de Haden Blackman), e tem impressionado pela qualidade de seu trabalho desde então, sendo o principal atrativo dessa série que não ocupa a linha de frente da DC, mas tem alcançado um relativo sucesso. Desde a sexta edição, contudo, a arte foi feita por Amy Reeder (#0, 6 - 7) e Trevor McCarthy (#9 - 11, #15).

Nas imagens abaixo, algumas capas desenhadas por Williams. Clique na imagem para ampliar.
























A carreira profissional de J. H. Williams III se iniciou em 1991. Seu primeiro trabalho de destaque foi a minissérie Deathwish para o selo Milestone, em 1994. Seus principais trabalhos se deram pela DC Comics. Na Marvel ele apenas participou de edições pontuais (como em Wolverine e O Incrível Hulk), sem ter sido regular a frente de nenhum título.

Até assumir a arte de Promethea (seu primeiro grande trabalho), Williams perambulou por vários títulos da DC, fazendo números isolados de Batman: Legends Of The Dark Knight, Starman, Flash entre outros. Somente com o convite de Alan Moore para juntos trabalharem em Promethea que seu nome ganhou destaque. Foi durante essa fase que conquistou a maior parte de suas premiações e se lançou no primeiro time de desenhistas.














































Williams se saiu muito bem em Promethea, conseguindo a difícil tarefa de dar vazão ao roteiro complexo e fantasioso criado por Alan Moore dentro do apertado cronograma de uma revista mensal. Não se tratou de um trabalho qualquer, Williams aqui se desvencilhou várias vezes da típica dinâmica de quadros justapostos das HQ's e se valeu várias mais ilustrações panorâmicas, que tomam a página toda, como forma de expressar os diversos conceitos abstratos abordados por Moore durante a série. A edição 12 da série é exemplar quanto a isso, como faz sugerir a imagem abaixo extraída da edição.

Promethea ganhou inúmeras indicações a prêmios, incluindo um Eisner de Melhor Edição Única em 2001. Williams ganhou também um Harvey de Melhor Artista em 2006.

Outros prêmios viriam pela frente. Em 2009, Williams lançou Elegy, arco especial saído dentro das páginas da Detective Comics protagonizado pela Batwoman. A alteração da orientação de Detective se deu nas esteira dos acontecimentos da série Crise Final, em que ocorreu o desaparecimento de Bruce Wayne.

Elegy teve roteiros de Greg Rucka e causou um pequeno alvoroço na crítica especializada na época, em grande parte creditado a arte de Williams que mais uma vez superou as expectativas. O trabalho de design feito em Batwoman foi fenomenal, praticamente ressuscitando o personagem graficamente, que havia sido reformulado em 2006 por Alex Ross. Vários leitores que nunca tinham lido uma história sequer da heroína sentiram-se atraído a ler o arco e conhecer a personagem.

Por Elegy ganhou, em 2011, o Eisner de Melhor Capista e Melhor Desenhista, concluindo o início da história de devoção do artista ao personagem, notabilizado por ser um dos poucos assumidamente homossexuais.





Antes de retomar Batwoman dentro dos Novos 52 (agora como roteirista), Williams se relacionou com outros títulos como as capas de Corporação Batman (de Grant Morrison) e a arte da edição 100 de Fábulas.

Atualmente, o nome de J. H. Williams III voltou a ser bastante comentado com seu envolvimento no projeto Sandman: Zero. Previsto para esse ano, o título ainda está cercado de muito mistério e dúvida, mas vem recebendo por muitos o benefício da dúvida por se tratar de um projeto do próprio Neil Gaiman, sendo Williams o responsável pela arte. Abaixo uma palhinha do que está por vir.






















Por sempre apresentar um desempenho regular e altamente satisfatório em seus trabalhos, além de quase sempre se envolver em projetos bem-suscedidos e de estar em volta de outros profissionais de ponta, é que Williams alcançou o devido reconhecimento, merecendo fazer parte de nossa galeria.

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