Nessa nova fase pós-reboot da histórica série, acompanharemos a versão de Grant Morrison dos primeiros anos do homem de aço em Metrópolis, testemunhando sua formação com pessoa e herói. No primeiro arco de história, enquanto Superman precisa lidar com a rejeição da opinião pública, ele também tem que enfrentar o primeiro grande vilão, o colecionador de mundo, também conhecido como Brainiac.
Comentários | Finalmente é concluída no Brasil a primeira parte da passagem de Grant Morrison a frente da revista, que está marcada pra se encerrar na edição 18. O reboot da Action Comics, ao lado da Detective Comics, foi a que causou maior furor na imprensa especializada e no público. Afinal, em 2011, a revista era a mais longeva dos EUA e tinha alcançada o extraordinária marca de 900 edições contínuas. Coube a Morrison comandar essa nova fase do herói e reapresentá-lo aos leitores da nova geração com uma concepção mais moderna. Era pelo menos a intenção; se a renovação de leitores houve, ela foi discreta. Quanto a modernização do personagem, ela aconteceu de forma respeitosa e coerente. Não esse reinício de caminhada tenha ocorrido sem reservas.
A história se inicia apresentando um Clark Kent bastante jovem, recém-chegado em Metrópolis. Ele ainda não trabalha para o Planeta Diário e ainda está fazendo as primeiras intervenções como Superman. É interessante notar o cuidado de Morrison em passar a imagem de um herói ainda imaturo, inconsequente e rebelde. Ainda sem seu uniforme tradicional (cuja origem será mostrada na edição 8, quando ele pega o traje da coleção de objetos de Krypton colhidos por Brainiac antes de destruir o planeta) ele incorpora mais a aura de justiceiro do que de pacificador.
Não demora para que sejamos apresentados aos principais personagens, como Lois Lane, Lex Luthor e Jimmy Olsen. Todos terão, de uma forma ou de outra, participação na trama que virá a seguir.
O primeiro grande desafio de Superman é conter o ataque definitivo da força alienígenas do colecionador de mundos, Brainiac. A entidade, antes de destruir o planeta, recolhe uma amostra do lugar juntamente com artefatos de significativo valor histórico. Na versão de Morrison Brainiac foi o responsável pela extinção de Krypton, que foi retratada nas edições 4 e 5 da revista. Nessa oportunidade também foi recontada a origem do herói, que foi salvo pelos pais ao lançá-lo de Kryton em uma nave minutos antes da destruição do lugar.
Morrison é famoso pela sua peculiar maneira de construir suas tramas, que muitas vezes chega a ser confusa para o leitor. Vide o recente exemplo de Corporação Batman. Uns gostam, outros desgostam. O roteirista escocês não deixaria essa característica de lado em Action Comics. Isso ficou bastante claro na edição 6, em que o Superman do futuro surge na história em companhia da Legião dos Super-Heróis. "Sacar" essa viagem no tempo pode levar um tempo para o leitor mais desatento. Por sinal, essa acrobacia narrativa no final ficou forçada e a história do Exército Antissuperman simplesmente não colou.
A edição 7 e 8 se concentrou nos esforços de Superman em reverter o processo de destruição do planeta iniciado por Brainiac, que inclusive já havia engarrafado uma amostra miniaturizada do planeta em sua nave. Por coincidência, nela estava o prédio do Planeta Diário juntamente com Lois e Lex Luthor. Nessas duas edições a ação funcionou muito bem e corrigiu alguns erros cometidos anteriormente, como o excesso de rebuscamento narrativo.
Enfim, apesar de alguns percalços iniciais, como o afastamento de Rags Morales em algumas edições, essa primeira parte da nova fase de Action Comics se saiu bem, proporcionando uma leitura interessante. O público americano respondeu bem e manteve a revista entre as dez mais vendidas nos EUA durante o período. Todavia, as vendas foram se deteriorando com os meses.
Action Comics #1-8
*** (6,5)
DC Comics | setembro de 2011 a abril de 2012
Panini | junho de 2012 a janeiro de 2013
Roteiro: Grant Morrison e Sholly Fisch
Arte: Rags Morales, Andy Kubert e Chris Cross.
Cores: Brad Anderson
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